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A FÉ DIANTE DA PANDEMIA

Então seria a Terra um mundo de expiação na qual o mal predomina? Teria Deus voluntariamente condenado à desgraça e às penas eternas a maioria de suas criaturas? Por que tantos entraves no caminho? Mas de quais faltas esta Humanidade seria culpada para merecer uma sorte tão triste? Se a sorte da alma está definitivamente estabelecida após a morte.
Os discípulos de Jesus o questionavam: “Por que falais por parábolas?”. Porque, ao ver, nada veem, e, ao ouvir, nada entendem nem compreendem. Por não estudar suficientemente a ciência do Espiritismo, aumenta o medo do desconhecido e das coisas que ouve e não entende plenamente. Quem nada vê e não exercita a mente, não se interessando pelo que seremos um dia em espírito, a cada pôr do sol vai perdendo o que ainda não possui. Tal como o sonho ser uma maneira de mostrar nossa alma em atividade em outros mundos, em outra vida que não a terrena, em outro padrão de energia. Ou, de outro modo, quando acordamos do sonho, o espírito parece se resignar a uma posição secundária, para dar espaço às coisas ligadas às questões materiais, condicionadas às regras da Terra. Nada mais natural, ao morrer alguém conhecido, as crianças pedirem para acender a luz do abajur, antes de dormirem, prevendo o embate que irá se travar em sua imaginação.
Pois eu vos digo, Jesus assinala que, em verdade, se tivésseis fé, diríeis a esta montanha para se transportar daqui até lá, e ela se moveria. As montanhas são as dificuldades, as resistências, a má vontade, complementadas pelo interesse material. A que se somam o egoísmo, a cegueira do fanatismo, o orgulho da paixão e o preconceito rotineiro, que também barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade.
O preconceito personifica-se em antiquadas e ultrapassadas opiniões sobre tudo e sobre todos. Seu autoritarismo prima por julgar os outros o tempo todo, só enxergando desafetos por todos os lados, para restar numa extrema solidão. O mal que o preconceituoso provoca em si mesmo e nos outros transcende esse mundo e trará consequências em outras vidas. Pois o preconceito torna míope a nossa visão e o coração mais duro, e nos faz incapazes de acolher o bem e a verdade de cada um. Preferem fincar o pé naquilo que pensam que sabem, no que está pré-definido e tabulado, desprezando a atualização e a necessidade de mudanças. Não suportam a coexistência das diferenças, a pluralidade de opiniões e posições.
Quanto à fé, o lugar comum é a crença nos dogmas particulares que constituem as verdadeiras religiões. A fé pode ser raciocinada ou cega, segundo Allan Kardec. A fé cega nada examina, aceita sem atestar tanto o falso como o verdadeiro e choca-se, a cada passo, com a evidência e a razão. Em excesso, leva ao fanatismo e ao descompasso com o progresso dos conhecimentos.
Embora deva se reconhecer que, na prática, cada religião pretende se investir da posse exclusiva da verdade e impor a fé cega. O que significa confessar sua impotência no afã de demonstrar que está com a razão. E, vulgarmente falando, fé não se receita, e muito menos se impõe.
Ninguém está impedido de possuir uma fé, nem mesmo entre os que mais lhe resistem, mas o fato é que os incrédulos não conseguem. Se as provas são muitas ao redor deles, por que, então, se recusam a vê-las? Indiferença nuns, noutros, medo de serem forçados a mudar seus hábitos, na maioria, orgulho, negando-se a reconhecer uma força que lhes é superior, já que teriam de abrir mão de velhos caprichos que exacerbam nossa personalidade, acostumados ao exclusivismo e ao desperdício de energias sagradas, quando já deveríamos ter alcançado o sublime serviço referente à nossa própria edificação.
Por outro lado, em certas pessoas a fé é inata, bastando uma faísca para desenvolvê-la, sinal evidente de progresso advindo de vidas passadas. Já acreditaram e compreenderam, trazendo ao renascerem a intuição do que sabiam. O contrário significa naturezas em atraso, assimilação com dificuldade, educação por fazer, e o será, se não nesta encarnação, numa outra.
A resistência ao que não crê se deve menos a ele do que à maneira como se lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a compreensão perfeita daquilo em que se deve acreditar. E, para acreditar, não basta ver para crer; é preciso, sobretudo, compreender.
A fé cega não pertence mais a este tempo. É justamente o dogma da fé cega que produz hoje o maior número dos incrédulos, por ela querer se impor exigindo a renúncia ao raciocínio e ao livre-arbítrio, preciosos dons do Espírito. Ao não admitir provas, ela deixa no Espírito um vazio, daí nascendo a dúvida. A fé raciocinada, aquela que se apoia nos fatos e na lógica, não deixa atrás de si nenhuma dúvida, já que se acredita porque se tem a certeza, e só se tem a certeza quando se compreendeu.
Somente é inabalável a fé que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade, segundo Allan Kardec. Em consonância com o objetivo de Deus ao outorgar a todos os seres vivos o instinto de conservação, seja qual for o grau de sua inteligência – em alguns, bem concatenado em sua linha de raciocínio, em outros, puramente maquinal, automático, inconsciente. O instinto de conservação se deve à necessidade de cumprirmos a missão que nos foi destinada, segundo os desígnios da Providência, daí sendo imprescindível a vontade de viver sob toda e qualquer perspectiva ou ocasião, mesmo diante de uma pandemia ou até mesmo holocausto, pois o aperfeiçoamento dos seres é condição essencial para a Humanidade avançar.
Ainda que sintam o espírito de conservação instintivamente, sem disso se aperceberem, o que pode ser observado quando o suicida no ato final, aproveitando o gás que lhe resta, procura angustiadamente por uma saída para sobreviver, dando alguns passos ou mesmo engatinhando ou até se arrastando, sinal comprobatório do instinto de conservação. E, no mais solitário dos gestos, a dificuldade de nos unirmos para combater o mal comum.

A FÉ DIANTE DA PANDEMIA

Série Espiritualidade

8 de janeiro de 2024

Então seria a Terra um mundo de expiação na qual o mal predomina? Teria Deus voluntariamente condenado à desgraça e às penas eternas a maioria de suas criaturas? Por que tantos entraves no caminho? Mas de quais faltas esta Humanidade seria culpada para merecer uma sorte tão triste? Se a sorte da alma está definitivamente estabelecida após a morte.
Os discípulos de Jesus o questionavam: “Por que falais por parábolas?”. Porque, ao ver, nada veem, e, ao ouvir, nada entendem nem compreendem. Por não estudar suficientemente a ciência do Espiritismo, aumenta o medo do desconhecido e das coisas que ouve e não entende plenamente. Quem nada vê e não exercita a mente, não se interessando pelo que seremos um dia em espírito, a cada pôr do sol vai perdendo o que ainda não possui. Tal como o sonho ser uma maneira de mostrar nossa alma em atividade em outros mundos, em outra vida que não a terrena, em outro padrão de energia. Ou, de outro modo, quando acordamos do sonho, o espírito parece se resignar a uma posição secundária, para dar espaço às coisas ligadas às questões materiais, condicionadas às regras da Terra. Nada mais natural, ao morrer alguém conhecido, as crianças pedirem para acender a luz do abajur, antes de dormirem, prevendo o embate que irá se travar em sua imaginação.
Pois eu vos digo, Jesus assinala que, em verdade, se tivésseis fé, diríeis a esta montanha para se transportar daqui até lá, e ela se moveria. As montanhas são as dificuldades, as resistências, a má vontade, complementadas pelo interesse material. A que se somam o egoísmo, a cegueira do fanatismo, o orgulho da paixão e o preconceito rotineiro, que também barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade.
O preconceito personifica-se em antiquadas e ultrapassadas opiniões sobre tudo e sobre todos. Seu autoritarismo prima por julgar os outros o tempo todo, só enxergando desafetos por todos os lados, para restar numa extrema solidão. O mal que o preconceituoso provoca em si mesmo e nos outros transcende esse mundo e trará consequências em outras vidas. Pois o preconceito torna míope a nossa visão e o coração mais duro, e nos faz incapazes de acolher o bem e a verdade de cada um. Preferem fincar o pé naquilo que pensam que sabem, no que está pré-definido e tabulado, desprezando a atualização e a necessidade de mudanças. Não suportam a coexistência das diferenças, a pluralidade de opiniões e posições.
Quanto à fé, o lugar comum é a crença nos dogmas particulares que constituem as verdadeiras religiões. A fé pode ser raciocinada ou cega, segundo Allan Kardec. A fé cega nada examina, aceita sem atestar tanto o falso como o verdadeiro e choca-se, a cada passo, com a evidência e a razão. Em excesso, leva ao fanatismo e ao descompasso com o progresso dos conhecimentos.
Embora deva se reconhecer que, na prática, cada religião pretende se investir da posse exclusiva da verdade e impor a fé cega. O que significa confessar sua impotência no afã de demonstrar que está com a razão. E, vulgarmente falando, fé não se receita, e muito menos se impõe.
Ninguém está impedido de possuir uma fé, nem mesmo entre os que mais lhe resistem, mas o fato é que os incrédulos não conseguem. Se as provas são muitas ao redor deles, por que, então, se recusam a vê-las? Indiferença nuns, noutros, medo de serem forçados a mudar seus hábitos, na maioria, orgulho, negando-se a reconhecer uma força que lhes é superior, já que teriam de abrir mão de velhos caprichos que exacerbam nossa personalidade, acostumados ao exclusivismo e ao desperdício de energias sagradas, quando já deveríamos ter alcançado o sublime serviço referente à nossa própria edificação.
Por outro lado, em certas pessoas a fé é inata, bastando uma faísca para desenvolvê-la, sinal evidente de progresso advindo de vidas passadas. Já acreditaram e compreenderam, trazendo ao renascerem a intuição do que sabiam. O contrário significa naturezas em atraso, assimilação com dificuldade, educação por fazer, e o será, se não nesta encarnação, numa outra.
A resistência ao que não crê se deve menos a ele do que à maneira como se lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a compreensão perfeita daquilo em que se deve acreditar. E, para acreditar, não basta ver para crer; é preciso, sobretudo, compreender.
A fé cega não pertence mais a este tempo. É justamente o dogma da fé cega que produz hoje o maior número dos incrédulos, por ela querer se impor exigindo a renúncia ao raciocínio e ao livre-arbítrio, preciosos dons do Espírito. Ao não admitir provas, ela deixa no Espírito um vazio, daí nascendo a dúvida. A fé raciocinada, aquela que se apoia nos fatos e na lógica, não deixa atrás de si nenhuma dúvida, já que se acredita porque se tem a certeza, e só se tem a certeza quando se compreendeu.
Somente é inabalável a fé que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade, segundo Allan Kardec. Em consonância com o objetivo de Deus ao outorgar a todos os seres vivos o instinto de conservação, seja qual for o grau de sua inteligência – em alguns, bem concatenado em sua linha de raciocínio, em outros, puramente maquinal, automático, inconsciente. O instinto de conservação se deve à necessidade de cumprirmos a missão que nos foi destinada, segundo os desígnios da Providência, daí sendo imprescindível a vontade de viver sob toda e qualquer perspectiva ou ocasião, mesmo diante de uma pandemia ou até mesmo holocausto, pois o aperfeiçoamento dos seres é condição essencial para a Humanidade avançar.
Ainda que sintam o espírito de conservação instintivamente, sem disso se aperceberem, o que pode ser observado quando o suicida no ato final, aproveitando o gás que lhe resta, procura angustiadamente por uma saída para sobreviver, dando alguns passos ou mesmo engatinhando ou até se arrastando, sinal comprobatório do instinto de conservação. E, no mais solitário dos gestos, a dificuldade de nos unirmos para combater o mal comum.

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Antonio Carlos Gaio
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