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CAPÍTULO LII – A FALTA DE FÉ REQUER MUITA ENERGIA ORIUNDA DO ESPÍRITO PARA SE VIVER

Tenho dois amigos, ateus convictos, na casa dos 70 anos, e que recentemente estiveram perto de morrer, passando a nutrir um medo tremendo da morte, não por conta do Juízo Final, em que não creem, e sim por entrar em cena, de forma irreversível, a Morte. Não explicitando, é lógico, o medo de a vida não se restringir a “só” isso aqui e ter algo mais depois disso. Mas demonstrando um apego surpreendente à vida, quando um dizia que não tem vontade para fazer mais nada na vida, e não é de hoje: viver mais aqui para quê? O outro teve ataques de pânico, precisando ser atendido por psiquiatra, dizendo que não era justo passar por tamanha sucessão de enfermidades e sofrer tanto. A querer negociar um pacto com Deus para retardar o seu desencarne. O que não é isso, senão o espiritismo? A disputa entre a finitude e a velhice, arrastando-nos para um problema sem solução face ao inevitável fim. Confrontando a morte no tocante a uma vida duradoura e longeva, que acaba se convertendo numa jornada espiritual na medida em que sua falta de perspectiva o vai encurralando num beco sem saída e sem respostas para explicar como sua própria vida embicou nessa encruzilhada. Com um semblante endurecido a ressaltar as vicissitudes existenciais por que passa, sua sensibilidade também vai revelando a fragilidade da solidão que o abraça e o medo da morte, natural na idade atingida. Uma fase terminal de muitas pessoas que nunca acreditaram em nada e que começam a questionar qual o sentido em se aqui viver.

A quinquagésima segunda intervenção espiritual, em 19 de janeiro de 2018, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre o item 10 (“O ódio”) do capítulo 12 (“Amai os vossos inimigos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

O sacrifício de não odiar em igual ou maior grau os que vos ofendem e vos perseguem é difícil, mas é exatamente o que vos torna superior a eles. Se os odiais como eles vos odeiam, não valeis mais do que eles. Ainda que a lei do amor nos mande amar indistintamente a todos com quem convivemos, ela não livra o nosso coração da ação dos desleais e traidores. Essa, uma das provas mais difíceis, apesar de que não passarão incólumes, nesta vida e na outra, os que assim mal agirem. Lembrai-vos, então, de que sereis perdoados conforme o que perdoardes. Pelo perdão vos aproximais dos Altos Desígnios, pois a clemência é irmã do poder.

Se a falta de fé requer muita energia oriunda do espírito para se viver, o que importa é o outro mundo (o espiritual), que é o real e para o qual aqui devemos nos preparar e estar à altura, tendo consciência dos maus passos que damos, o que não é uma coisa fácil.

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Antonio Carlos Gaio
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