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CARNAVAL DO CHOQUE DE ORDEM

Carnaval não combina com choque de ordem. Carnaval é transformar em poesia o que é imoral ou obsceno, elevando-a a piru do bloco de carnaval. Quem disse que sacanagem não vira verso e prosa? Se o amor é livre, já saiu de moda o amor livre. Você pode ficar com uma, e com outra, emendando na terceira, enquanto ela troca de parceiro, que nem vai ao banheiro, e ele nem vê.
Os beijos vêm molhados de suor, cerveja e desejo gratuito, sedentos de um amor que não chega, quando não misturados a lágrimas invisíveis por não serem nada daquilo por que você anseia. Coitada, perdeu o prazer em ser imprensada no muro mijado por foliões que se irritam com as filas intermináveis dos banheiros químicos. Ensanduichar é a tara dos gays, que não abrem mão do Carnaval, a sua grande festa de reafirmação. Que sufoco pros homens diante de tanta diversidade, carência e secura pressionando para que escolham uma pelo menos! É de tirar o tesão de qualquer mané ter que satisfazer uma dessas mocreias que vão buscar proteção nas ruas contaminadas da alegria prostituta.
Mas se não organizar logo essa zona, não se consegue brincar de verdade. Mentindo, pois qual é o maluco a fim de levar um papo cabeça no carnaval? Ninguém irá levá-lo a sério. Qualquer conversa não conduz a lugar nenhum. O que resta a fazer é cantar, dançar, rodar a baiana, girar que nem um peru bêbado, pular que nem um doido, e perder a noção das coisas.
 Se ficar a pé e brincar sozinho no Carnaval ou se fazer acompanhar de mala que não larga do seu pé?
Por ser Carnaval, a tendência é procurar rolo, se encostar na mulher do vizinho ou fazer charminho para o carinha da sua melhor amiga. Uma merda só, se nunca realmente soube o que fazer a seu respeito. Muito menos no Carnaval. Sua cabecinha não vai admitir que só com choque de ordem ela irá crescer, amadurecer e tornar grande o suficiente o meu amor por você!
Carnaval com choque de ordem lembra que essa tal da anarquia ficou ultrapassada se a liberdade de costumes conquistou o respeito da tradicional família, que a adotou em função de em primeiro lugar vir a felicidade dos filhos. Não mais se detendo na libertinagem, veio a libertação tocando fogo nas convenções dos tempos, em meio a confetes que jorram do céu e serpentinas lançadas ao vento, até tudo virar cinzas que somem ao menor sopro de felicidade – o abre-alas do Carnaval.

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Antonio Carlos Gaio
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