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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE DA HISTÓRIA DO BRASIL CONTIDA EM DOCUMENTOS ULTRASSECRETOS

Inês Etienne Romeu abandonou a carreira de bancária em Belo Horizonte nos anos sessenta para mergulhar na luta armada e cair nas masmorras do delegado Fleury e na Casa da Morte, centro de tortura da ditadura militar em Petrópolis, de onde ninguém saía vivo. Tentou o suicídio 3 vezes para se livrar das torturas, sevícias e estupros, que a reduziram ao peso de apenas 32 quilos. Graças a uma campanha internacional de sua prisão clandestina, soltaram-na para ser morta como se tivesse reagido à prisão. Se não fossem as gestões de sua família e dos advogados para oficializar sua prisão e cumprir mais 8 anos de cadeia, Inês Etienne Romeu não teria se tornado a única sobrevivente da Casa da Morte e a última presa política a ser libertada com a anistia. Gravando na memória durante o cativeiro os codinomes de seus torturadores e a figura sinistra do Doutor Amílcar Lobo, militar e médico que atendia aos espancados, além dos companheiros de cárcere executados friamente. Tão logo ganhou as ruas, Inês denunciou todos os meliantes com o apoio da OAB e da ABI, o que não a livrou 24 anos depois de sofrer um atentado de um filhote da ditadura, que resultou em afundamento do crânio e dificuldade no se expressar e se situar no ambiente. Nada que uma cirurgia de reconstituição da caixa craniana não a mantivesse como um símbolo do direito à Memória e à Verdade. Temos sim que abrir as feridas impostas a Inês Etienne Romeu e aos negros escravos que compuseram a linha de frente na Guerra do Paraguai para, em troca, conquistar a alforria. E qual não foi a atuação do Itamaraty e das Forças Armadas durante a Operação Condor, numa ação coordenada pelas ditaduras sul-americanas para implementar uma máquina de perseguição, caça, torturas e de extermínio a opositores, conquanto condenassem a falta de liberdade nos regimes ditatoriais de Cuba ou da União Soviética.

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Antonio Carlos Gaio
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