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O ENXERIDO

Enxerido é um voyeur que abandona seus limites, despe-se da sensibilidade, imbui-se do espírito de que não tá nem aí e invade a sua praia, ao chegar sem avisar, para descobrir através de seus olhos qual é sua fraqueza. Por onde alcançar seu âmago a fim de fazer uso de sua intimidade para matar a cobra e não mostrar o pau.
O ciumento é enxerido, quer saber onde ela foi, com quem se encontrou, por que foi se meter com aquela gente, para dar vazão ao fascismo controlador e à sádica possessividade.
Enxerido é um curioso que se intromete no que não é da sua conta, um bisbilhoteiro. Mete o nariz na vida dos outros, onde não é chamado. Um fofoqueiro de marca maior, promove a intriga da corte.
Enxerido é atrevido e saliente para meter a mão onde não deve e conseguir arrancar um frêmito de asas, fazendo com que a vítima abra o peito e cocorique de satisfação no auge da galinhagem. Explora as necessidades básicas das carentes.
O enxerido pode ser movido pela inveja, quando baixa o nível para prejudicar e botar pra baixo seus desafetos, fingindo que é seu amigo. De um baixo astral a ponto de querer copiar quem você é, sugar sua alma e vestir sua personalidade.
2º tempo.
De fato, o enxerido tem interesse por você em sua plenitude. Quer saber o que se passa na sua vida para ajudá-lo, acompanhar seus passos e dar guarida aos seus anseios. É um curioso do bem movido pelos interesses e vicissitudes que afligem o próximo querido. Pergunta de forma contumaz sobre suas andanças, não para ficar de tocaia ou mexer nos seus papéis e sim para desvelar um carinho que tange o amor, pois não perguntaria para qualquer um.
Nesse ínterim, podem classificar o enxerido como incontrolável, possuído por uma fobia que teima em ser assim. Quando ela releva, ao depositar sua fé e esperança em algo que nem acredita existir em si mesma. Angustiada por prever a extinção do enxerido em virtude da crescente falta de contato entre as pessoas, atropeladas pelo mundo virtual. O enxerido depende do boca a boca, pois a velocidade com que se envia mensagens retira o cuidado que havia nas cartas e bilhetes. A língua solta vaza nas entrelinhas o que rola no inconsciente, bolinado pelo computador que interage no seu disfarce lúdico.
O enxerido transgride quando começa a invadir a privacidade com sua verve detetivesca, filtrando os assuntos ventilados, pondo o pé direito na cozinha e o esquerdo no banheiro, esquecendo algumas peças de roupas aqui e acolá, se oferecendo para determinados papéis.
Um apaixonado, o enxerido.

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Antonio Carlos Gaio
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