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ERA HITLER GAY?

Enquanto as bolsas de aposta fervilham em torno do dia que Osama irá para o Paraíso atingido por um balaço de Bush, num duelo ao pôr-do-sol do Texas, a primeira imagem que vem à lembrança é a de Hitler.
Depois de olhar para os lados e se assegurar de que não há nenhuma quinta-coluna à espreita para maquinar alguma represália, examinando pé ante pé se o seu fantasma ainda está por perto, cabe introduzir a dúvida se o desviado Hitler desencaminhou e não pôde satisfazer o seu maior sonho. A exemplo dos árabes que se aproveitaram da passividade de Lawrence da Arábia e quebraram seu galho, com o perdão da má palavra – todo cuidado é pouco, o antraz também ataca pelas costas. 
A quem serve fofocar sobre a vida sexual de grandes figuras históricas e celebridades, tirando dos armários detalhes até então abafados que enriquecerão sua historiografia? Desperta a curiosidade percorrer essas galerias extensas e encontrar Alexandre, o Grande, Ricardo Coração de Leão, Errol Flynn, Eleanor Roosevelt, Rock Hudson, Joseph McCarthy e Santos Dumont. Fingir que não é com você significa esconder a homossexualidade atormentada e não resolvida que se aplica inclusive ao político mais facínora que já sapateou sobre as nossas cabeças. Não que isso relativize sua culpa, mas ajuda a separar o joio do trigo de vida privada da política, de lançar terra por sobre esse fosso que separa o imaginário da sexualidade do lugar-comum da práxis sexual da sociedade.
Ajuda a compreender as idiossincrasias da época em que pontificaram. Interessa saber se os que conduziram os nossos destinos têm registro de mulher nas suas vidas, qual o seu nome de guerra, suas motivações para ter escolhido semelhante opção e se a ejaculação precoce cortava o barato. Cada família tem a gaiola das loucas que merece. Interessa saber se na base da política nazista e da SS havia uma homossexualidade enrustida, se não era corrupção de menor ditador brasileiro dar voltinha de moto com a ninfeta do peito, se por trás dos fanáticos políticos e religiosos a repressão da sexualidade não é o cajado com que castigam nossas consciências. 
Se Napoleão era gay ao enfiar a mão por dentro da farda acariciando a úlcera ou se Hitler nunca me enganou com seus trejeitos de bufão e farsante, à vontade nas fotos entre ginastas másculos ou impecáveis fardados que torturam, evitando pudicas campônias e suas tortas de maçã, ou ainda, se Eva Bräun era fachada para o ex-estafeta, se o pintor medíocre era garoto de programa para se auto-sustentar, se o anti-semitismo nasceu nos rábicos rabinos que condenavam a venda do corpo, eis que seu lado mais vulnerável se revela, pois difícil de apagar seu bigode inesquecível, fazendo coro com o chicotinho que posava nas mãos, imortalizando a simbologia sadomasoquista.
Daí ser completamente normal, segundo os padrões vigentes na época, a psicose em apagar todos os vestígios que expunham sua intimidade, uma tremenda bandeira de que pretendeu sublimar as preferências sexuais, que certamente mapeariam os passos fundamentais de sua carreira e as relações promíscuas com o poder. Por conta dessa mesma mentalidade, Kennedy deitou e rolou passando incólume na História, enquanto Clinton comeu o pão que o diabo amassou, desmascarando a falácia do politicamente correto – os bons costumes inibem o prazer.
Na medida em que a política absorveu e sugou cada vez mais a energia de Hitler, ele passou a se alimentar de outros nutrientes, aditivos e prolegômenos, antes de dar início à sua tão sonhada obra-prima de construir uma nova ordem do capitalismo financeiro militarizada que excluiria os judeus, restringindo o sexo às viagens de trem, salões ovais e banheiros apertados, não havendo necessidade sequer de apelar para o que mais fascina os homens até hoje: bordéis e michês.
Sexo, para quê? Bastava o afeto entre amigos no seio de grêmios recreativos que forjavam heróis e líderes carismáticos, prenhes de ideologia na medida certa da carga erótica, a pedra de toque do caráter sexual da cultura fascista – os expurgos indiscriminados e periódicos de degenerados que empurravam o regime para a orgia era outra fachada.
O que se pode esperar de um regime de caserna que fez apologia ao amor e devoção pela disciplina ao calçar as botas e se colocar em marcha exaltando ácidos e purgantes remédios para tonificar a raça pura? Pau no lombo deles!

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Antonio Carlos Gaio
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