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FROUXO OU CORNUDO?

A sociedade continua organizada como se nada estivesse acontecendo, como se cada um desempenhasse a mesma função no lar, na tentativa de manter a família funcionando como manda o figurino. Marido e mulher não podendo trair, se não, para que morar junto? Me engana que eu gosto, pois isso é do tempo em que não se tinha opção. Em que o homem só era vítima do casamento se fosse cornudo, devido à estreiteza dos relacionamentos, nos quais nem cabia essa alcunha na mulher, que já nascera para ser traída.
Hoje, a traição cedeu espaço à troca quando o parceiro, marido ou não, deixar de agradar, ou a franca hostilidade tomar conta da ternura. Não há o que se falar de traição ou cornudo, se somos livres para optar pelo melhor. Se não o fazemos, recai sobre a consciência o peso da falta de atitude. E não mais o pecado de perdoa-me por te traíres. Ser ou não ser cornudo não é mais a questão. E sim por que você está aí parado, acorrentado a uma situação que te degrada, quando o teste é de múltipla escolha.
Portanto, invocar o direito de lavar a honra ferida ou trair o pai de seus filhos é apelação das mais rasteiras de quem não é capaz de envolver, arrebatar, pegar no laço ou disparar um tesão incontrolável, a ponto de detonar todas as teorias que procuram enquadrar a relação num perfil convencional.
Insuportável é ser chamado de frouxo por essa mulher vibrante que atropela homens claudicantes, que fingem que nada está acontecendo ao demonstrarem lentidão no raciocínio.
No sentido vulgar, frouxo é entendido como não dar no couro, como não conseguir trepar muito ou chegar a várias ereções. Ampliando o conceito, ser dominado, não tomar decisões, uma fusão do pau-mandado com a maria-vai-com-as-outras. É quando o frouxo evolui para o cornudo, a grande conexão, pelo fato de o povo confundir frouxo com cornudo e lançá-los na mesma vala comum à expiação pública, como se estivessem jogando bosta na Geni. Outra conexão, de caráter homofóbico, desta vez como a negação do homem travestido de mulher.
Frouxo ou cornudo, reféns de um machismo que até as mulheres fazem uso desse impropério, ao perderem a paciência quando não bem exploradas. É quando batem a porta para não voltar mais, não sem antes atingi-lo moralmente.
Pior se o cornudo continuar babando, frouxo por não dar conta dessa mulher maravilhosa.
É melhor ser estilingue do que vidraça.

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Antonio Carlos Gaio
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