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NÃO É UMA ACUSAÇÃO

José Dirceu esteve a um passo do cadafalso pela sua formação de guerrilheiro graduado em doutorado de informação e contra-espionagem em Cuba. A um passo do banco dos réus pelo fato de ter dividido o mesmo teto com Waldomiro e nunca descoberto sua verdadeira identidade: um vice-ministro a serviço das loterias no trânsito dos pleitos para liberação de verbas, o varejista por excelência. Deixando no limbo a liberação do bingo a caminho do cassino, agora que bicheiro é empresário e vale a pena escorchar o jogo de azar para arrancar recursos, sob o título de impostos, e suprir programas sociais que matam a fome do eleitor desempregado.
O que deixou sua biografia com uma ponta de dúvida, aumentando o zoom, com uma cicatriz profunda que avança pelo intestino grosso do PT. Posto que passou para a sociedade o medo de apurar fatos, agindo exatamente como os outros partidos, como o Vaticano na questão da pedofilia, como Bush no inventado desarmamento nuclear do Iraque. A ponto de redefinir o caráter investigatório das CPI’s, puras manobras para imobilizar o governo e tirar o Zé Dirceu da Casa Civil. Quem te viu, quem te vê.
Deixando a impressão de um governo que se deflora a conta-gotas e perde o viço, quando o imaginário popular iguala todos no pior dos critérios: o caráter, ou seja, não tem jeito, somos todos ruins perante a lei. O sentimento de que política e ética são incompatíveis. Uma vitória espetacular dos cardeais e bispos da classe política que alcança o baixo clero. Tudo o que Maluf desejava, um Brasil com a sua cara, com São Paulo apitando piuííí para os 24 vagões, um modelo de governo que nos transforma em canteiro de obras a toque de caixa dois e, posteriormente, nos afoga em inundações e dívidas.
José Dirceu foi líder estudantil, preso político, exilado e, para reingressar no Brasil ocupado pela ditadura militar, precisou submeter-se a cirurgia plástica e casar-se com uma paranaense de Cruzeiro do Oeste sem nunca ter lhe revelado a verdadeira identidade. Até a promulgação da anistia, quando assinou o distrato, desfez a plástica e retornou como o zé querido de todos. Deixando no ar uma suspeita. Seria um ato de guerra passível de anulação de mandatos futuros? Qual das vossas excelências tem moral suficiente para julgar tamanho abacaxi?

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Antonio Carlos Gaio
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