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O CÂNCER DA SEGREGAÇÃO

A periferia versus o centro de Paris. Bastou o ministro Sarkozy chamar de escória jovens imigrantes, oriundos das Áfricas negra e muçulmana, para acender o rastilho de pólvora e incendiarem carros, escolas e lojas, num quebra-quebra que deixou no chinelo os conflitos de maio de 1968. Se antes a revolta era um movimento contestatório da juventude contra a sociedade dos seus pais e avós, hoje é para desmascarar a globalização que não emprega e para dar um tapa na cara da Europa que se une mas segue discriminando a “raça” dos imigrantes, mesmo sendo cidadãos franceses.
Os jovens formam uma segunda geração de imigrantes que encontra muitas dificuldades na integração. Geralmente, já perderam a ligação com a terra natal e, o que é pior, se sentem desenraizados no novo país. São alvos perfeitos para se polarizar uma onda extremista ou terrorista, reforçando o preconceito de conservadores. E isso pode acontecer em qualquer lugar, se não houver respeito às diferenças e as nações não lutarem contra a intolerância, a irracionalidade, a xenofobia e o racismo.
A França confessa que não tem uma força policial que reflita a sua sociedade, com a falta de diversidade étnica em todos os ramos da corporação. Isso reduz a sua credibilidade nos bairros com grande concentração de imigrantes. Poucos policiais são originários da própria comunidade e conhecem sua linguagem e seus códigos de comportamento. Fato esse que não se constata na polícia americana, que integrou negros e latinos aos brancos, até para facilitar as investigações e propiciar uma maior segurança à propriedade privada – a preocupação maior dos Estados Unidos. Ao extirpar o câncer da segregação racial e recrutar policiais de todas as origens, colocou a discriminação sob a vigilância da lei.
A Europa vive o dilema de assistir passivamente ao encolhimento da sua descendência. Em virtude de simplesmente não suportarem criar uma prole tão grande. O oposto de muçulmanos e africanos, que vão cada vez mais povoando o mundo e explorando a inapetência dos europeus pelo trabalho não-qualificado.
Quanto às melhores oportunidades, a prioridade é para os que são da casa, os nativos da Europa que se civilizaram na seqüência do Império Romano. O resto vem depois. Mas se dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço e a diversidade étnica avança inexoravelmente, não convém tapar o sol com a peneira justamente no berço da cultura contemporânea.

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Antonio Carlos Gaio
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