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O COMEDOR DE GENTE

O comedor de gente hoje é chamado de pegador. Assume que tem inúmeras parceiras com a maior naturalidade e que casamento é atraso de vida. Igualmente a relação estável, que faz com que ela e ele se mostrem como realmente são no dia a dia e isso acabe por tirar o romantismo e o encanto.
Incorporam ao casamento a ideia de que é complicado viver anos com uma mulher sem ter ao menos uma experiência extraconjugal. Uma? A paixão, o encantamento, o amor do início de relação esgotam-se por serem inexoravelmente batidos pela rotina. Vem à mente: “já sei como ela é”, “já a conheço bem, não preciso me empenhar tanto”. E aí vão mudando, embora ainda não admitam que a relação não esteja dando conta de suprir suas necessidades. Distanciando-se, sem ela perceber o porquê.
Também pudera! Elas desconhecem que os homens escondem, até não mais poder, que se masturbam excessivamente para não assumir o que está acontecendo em seu relacionamento. É quando as emoções nele emudecem, congelam-se e perdem a intimidade verbal peculiar, deixando de falar a respeito de amor, tornando árido o campo para semear fantasias com sua mulher, que vira irmã.
O comedor de gente não tem o menor pudor em apelar para a pornografia ou sexo através da internet, convicto de que esporrar na tela do monitor não é traição ou mesmo insanidade. O que ele deseja é o gozo egoísta, seja em cima de quem for. Ou do que for. Mas, se ela o flagrar transando com a internet, sentir-se-á miseravelmente traída ao passo que ele não se sentirá nem um pouco infiel.
No entanto, o comedor de gente persegue o modelo antigo e ainda faz distinção entre relações afetivas e sexuais. Pouco se importa se é um sintoma dos mais gritantes de que os casais não descobriram como enfrentar seus problemas e se relacionar de forma mais saudável. O comedor de gente sabe o que quer, não aceita pouca porcaria em termos de sexo e se sente no direito de ir buscar o seu troféu em outros relacionamentos.
Tendem a escolher a mulher que nunca tenha provado do orgasmo. Estimula-a com sexo oral, sem estranhar o aroma que cada vagina exala em particular. Ao contrário, buscam uma intimidade no esfregar da língua no clitóris, transparecendo longa data, o que a faz se sentir à vontade e entregue à sua própria sorte. Propensa a jogar tudo pro alto. Possuidor de um instinto animal, o comedor de gente saca e lhe proporciona orgasmos múltiplos, justamente para ela perder o controle sobre si e levá-la a pensar que jamais experimentou uma sensação como tal. E aí ficarem agradecidas, devedoras de um prazer nunca antes testado. E o devasso parecer puro. O êxtase, sagrado.
Abrindo o portão para sua preferência: penetrá-la por trás ao invés do tradicional papai e mamãe. Nessa posição, o comedor de gente detém o controle total dos movimentos e da situação. Ainda por cima, tem à sua disposição todo aquele visual do traseiro com que se fascina. Ou todo o expressionismo do cu, como preferem os portugueses. A bunda vista e apreciada pelo ângulo da mulher posta de joelhos e de quatro, antes de o comedor vir por trás para cobri-la que nem um animal, já é por si só um grande estimulante.
O comedor de gente: ou vem por trás ou está por cima.

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Antonio Carlos Gaio
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