Clique aqui e leia um capítulo do livro
Um livro a quatro mãos, que resultou de um reencontro entre o escritor Antonio Carlos Gaio e a psicanalista Lenita Bentes, após quarenta anos, em torno de uma temática, o suicídio, a qual lhes atravessou a vida, seja pela via da contingência ou da escuta analítica, respectivamente. O que os autores desenvolvem neste livro nada tem de ficcional. São questões que o acontecimento suicídio lhes suscitou e que decidiram tornar escrita.
É preciso retirar o suicídio da lista de tabus para debatê-lo sem medo e com profundidade. Um tema tabu em que as pessoas temem se imiscuir na causa mortis. Nenhum suicídio é igual a outro, ainda que se realizem da mesma forma ou pelos mesmos métodos. O ser ou não ser do suicida: muito corajoso para voltar-se contra sua própria vida ou muito covarde para não encarar os desafios da vida, simplesmente abandonando o campo de batalha, culpando Deus e o mundo. É por produzirem horror que os suicidas entram para a história de seus parentes e amigos para sempre, perpetuando-se como signo eterno. O que se passa na cabeça de quem pensa em
se suicidar? O suicídio é um ato que desconcerta ao quebrar os paradigmas da nossa existência, abalando os pilares das religiões e da espiritualidade por ser tão antinatural ao interromper a conexão com um plano de vida, que acaba por atrair a discriminação por medo do contágio. Mais parecendo uma condenação a severa pena que extrapola os limites terrenos, equiparando-se à maldição.
Deixe um comentário