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Rio 50 Graus

Diante da população
enfurecida,
de tanta esperança
perdida,
me sinto numa ilha
solitária
sendo considerada
otária
mas convicta
do que penso.
Não venço
argumentos raivosos,
apenas me calo
e não aprovo.
Fico na minha.
Violência gera violência
num ciclo vicioso.
E legítima defesa
só é legítima
na hora do ataque,
do calor do momento,
em defesa da vida
e não num processo
de vingança lento,
em que se planeja
agredir o agressor,
de oprimido, virar opressor.
Ninguém percebe
a incongruência
de fazer com os outros
o que não gostariam
que fizessem a si mesmo?
Ou tanto sofrimento
gerado em tantas outras guerras
foi sangue jorrado a esmo?
Entendo que diante
de tantos erros
bate um certo desespero
e chegam a extremos,
mas eu temo
por todos nós.
Não se desata nós
amarrando outros
ou rasgando tudo
feito louco.
É preciso calma
e estratégia,
paciência e cuidado
acima da média
e é aí que mora o perigo.
Egoístas (quase todos)
só enxergam seus umbigos.
Ficam cegos, perdidos.
Nós (os fazedores de novos nós)
é que somos nossos maiores
inimigos.

Enforcamento no Rio

A origem
da violência
está na indiferença
ao sofrimento
e nas diferenças
de tratamento.
Pobre, favelado,
flagelado,
filhos não programados,
jogados ao relento
sem acalanto de mãe
sem mão na cabeça,
porque a vida dura
exige que se cresça
e enlouqueça.
O sistema só cobra
e a sociedade tem nojo
e cadê a educação
e a saúde pública
pra esse povo?
Se até o colega
do trabalho
do mesmo nível,
tem inveja e sabota
se até amigos, às vezes
amam por vias tortas,
porque acreditar
– doce inocência –
que tamanhas carências
e desigualdades
não gerariam
maldade?
Quanta fragilidade
há nessa aparente força?
Ninguém percebe
que só retroalimentamos
e apertamos
a própria forca?

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Antonio Carlos Gaio
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