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SUL DA FRANÇA – PROVENCE

Quando cheguei na França, logo me deparei pela TV com o incêndio na Igreja de Notre-Dame de Paris, cujos autores e causas foram abafadas, pois nos remete a mais um ato terrorista em território francês. Embora derrotado, Estado Islâmico again? Domingo de Páscoa em Marselha, celebrado com badaladas de sino desde manhã cedo até a hora de dormir. Os alemães não pouparam essa bela cidade e a Côte D’Azur, quando foram derrotados na batalha de Stalingrado e viram seu aliado Mussolini pendurado na corda pelo pé, enquanto a República de Vichy (norte da França) era poupada até Hitler começar a ser vencido pelos Aliados. A linda Aix-en-Provence de um Cézanne somente reconhecido no período final de sua existência. La Ciotat, onde a primeira apresentação pública do cinematógrafo ocorreu a 28 de dezembro de 1895 na primeira sala de cinema do mundo, o Eden, que ainda existe até hoje. Habemus Papa já foi em Avignon quando, entre 1309 e 1377, o papado se mudou do Vaticano para a França por motivos políticos e lá construiu outro Palácio dos Papas. Arles, a cidade onde Van Gogh se imortalizou com o furor de suas cores, mas só depois de morto. Antes rejeitado e com nenhum quadro vendido em vida, suicidou-se aos 38 anos, não sem passar por uma internação absurda em sanatório. Não tinha nada de louco, apenas inconformismo com a obtusidade do ser humano. Hoje a cidade vive de sua fama, como se o tivesse tratado com as honras que merecia. Perto de Saint-Rémy, uma caverna abriga um espetáculo multimídia que amplia o valor de suas obras projetadas em imagens nas paredes e tetos com um pé-direito estimado em cinco andares. Estupidez humana expressa em atos de violência ou na rejeição puramente fria e silenciosa, em mudar o suntuoso palácio dos papas em consonância com o jogo político da época, respondida à altura com muita arte através do cinema, da realidade de antanho se transformar em museu e da multimídia, que aumenta a visão de quem outrora não conseguia tolerar o novo e o diferente, mostrando-se inflexível e intransigente em suas decisões e resistindo a todas as tentativas de persuasão, quando não se arvorava em dono da situação, acima do bem e do mal. Os eternos professores de padrões e dogmas estabelecidos em doutrina, que adoram crucificar. Por tanto, me dirigi em Paris à Capela de Notre-Dame de Médailles Miraculeuses de la Rue du Bac para não permitir que escape a fé que remove montanhas, potencial inalienável que pulsa dentro de nós, o que nos deixa doentes da alma. Impedindo que as profecias se realizem.

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Antonio Carlos Gaio
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