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TEATRINHO DE MÁSCARAS

Enquanto minha alma sofre com contumazes descrenças e questionamentos, penso como você se aborrece com a minha contundência em defesa própria e a crescente desconfiança com impulsos de amor, numa certa medida de ternura, que lutam em vão para me preencher. Há dois caminhos para evitar esta zona conflagrada. O primeiro seria me abster de relatar uma atmosfera que não vão entender nunca. O outro seria integrar-me a um teatrinho de máscaras em que as circunstâncias da vida vão procurando transformar nossa trajetória numa farsa. 
Desprezamos o primeiro caminho porque ele pode acabar levando ao estranhamento com o estado de espírito e não termos respostas satisfatórias que justifiquem nosso comportamento bizarro, transparecendo uma certa conturbação mental.  
Acostumamo-nos a seguir o que o segundo caminho nos sinaliza: a contracenar. As contradições viram palco de grandes disputas grandiloquentes que vão da mesa do bar ao Congresso: quão belos são os temas! Todos passam a viver um papel no drama de nossa existência, procurando fazer da comédia o padrão de comportamento, já que não se pode dizer tudo o que se pensa, senão será mal interpretado e ganhará inimigos.  
Não é de bom-tom que toda a verdade revele a sua essência. Melhor a grandeza do silêncio, a mais perfeita expressão do desprezo. Embora igualmente considerado a virtude dos loucos, por ser antissocial e desagregador.
Isso significa ser falso e cumprir o roteiro de uma vida de teatrinho?  
O bambu se curva perante à inclemência do tempo, mas não se quebra. Por isso, é preciso ser capaz de se ajustar aos altos e baixos e às inevitáveis alternâncias que nos açoitam para testar se estamos comprometendo nosso equilíbrio. Não para viver numa corda bamba e sim sendo flexível para aceitar o que a vida tem para nos oferecer e processar tudo num liquidificador, misturando alho com bugalhos. Caso contrário, não viveremos para amar e sim para odiar.

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Antonio Carlos Gaio
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