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A GUERRA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO NÃO TERÁ FIM ENQUANTO HOUVER FANATISMO

O maior atentado terrorista de sua História Republicana obrigou a França a declarar guerra contra um inimigo invisível, que planejou com precisão e profissionalismo um ato diabólico que matou 129 pessoas e feriu cerca de 350 em Paris. Teria sido pior se um dos homens-bomba tivesse conseguido entrar no estádio onde jogavam França e Alemanha, com o presidente francês presente, trucidando jogadores e torcida. O Estado Islâmico descende da al-Qaeda e sua retórica contra o Ocidente é a sua ideologia, recorrendo ao passado colonialista do Primeiro Mundo para se vingar dos prejuízos causados pela exploração dos muçulmanos, quando o imperialismo inglês roubava seu petróleo. Vão mais longe no passado ao se considerarem um califado como nos áureos tempos da Idade Média, quando infligiam severas derrotas em batalhas contra os cruzados pela conquista de Jerusalém – a guerra de civilizações seria o mundo ideal. Aproveitando-se da guerra civil na Síria, que hoje atinge o montante de 250 mil vítimas, o Estado Islâmico ocupou Raqqa e Mossul e incitou um conflito no Centro-Norte da Síria, no Norte do Iraque e no Curdistão para poder estabelecer seu califado, com cativos sendo decapitados, crucificados ou queimados vivos diante das câmeras, eliminando homens e adolescentes e transformando mulheres em escravas sexuais, como também destruindo nessa região um patrimônio histórico de milênios através de explosões cinematográficas. Alardeando dessa forma seus métodos com o objetivo de atrair grupos jihadistas a cometerem novos atentados contra os infiéis (os que não seguem Alá) e idólatras (os adoradores dos falsos valores do capitalismo) espalhados pelo Oriente Médio, Norte da África, Ásia e Oceania, onde puder expandir seus tentáculos. Procuraram angariar simpatizantes através das redes sociais para ataques ao Ocidente. Cerca de 40 grupos jihadistas em 17 nações corresponderam e têm pedido apoio ou prometido fidelidade ao Estado Islâmico, enquanto a Líbia se tornou um campo de treinamento chave. Dentre seus atentados só no ano de 2015, conta-se o semanário Charles Hebdo em Paris, por ofender Alá; um resort na Tunísia, com 38 mortes, a maioria de britânicos; uma mesquita no Kuwait, matando 25 pessoas; na Turquia, 32 vítimas no centro cultural de Suruc; em Sanas, no Iêmen, onde 25 fiéis comemoravam o feriado; em Beirute, no Líbano, 43 se foram na hora do rush; e a queda do avião russo no Egito com 224 a bordo. Provocando inteligentemente a islamofobia no Ocidente e obrigando seus irmãos de fé, naturalizados europeus, a se decidirem por qual lado irão lutar ou apoiar. Contudo, um dos motivos do atentado foi a acolhida que a Europa passou a proporcionar aos refugiados da Síria e demais povos fugindo à barbárie desencadeada pelo Estado Islâmico, esvaziando o fragor de suas ações ofensivas que necessitam de cobaias e plateia. Difícil para a França fazer guerra de forma convencional contra um inimigo não convencional que não tem nada a perder e que não se importa em morrer, mesmo porque sua ideologia reaparecerá em outros militantes. São de tal forma guiados por um fanatismo, que os faz crer que a morte os conduzirá para o Paraíso cercado por um harém – fantasia machista e pobre de mil e uma noites.

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Antonio Carlos Gaio
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