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“SE A RUA BEALE FALASSE”

A CRÍTICA DA CRÍTICA

Mais um intenso filme da cinematografia afro-americana, a disputar o mercado ainda em poder dos brancos, dirigido por Barry Jenkins, o diretor de “Moonlight: sob a luz do luar”, que ganhou o Oscar de melhor filme em 2017. “Se a Rua Beale falasse” é inspirado na obra de mesmo título, escrita por James Baldwin, cujo cenário real é a Harlem dos Estados Unidos dos anos 1970, quando a discriminação racial era exercida pela própria polícia americana, que incriminava, prendia, processava e levava à condenação de inúmeros negros inocentes. Discriminação arraigada até hoje em parte substancial dos eleitores do Trump, tanto que as críticas à elite supremacista se fez presente: “este país não gosta de negros”. Do baú de Baldwin, extrai-se “O amor não começa e termina do modo que pensamos. O amor é uma batalha, o amor é uma guerra: o amor é crescimento contínuo” e “Você não consegue mudar o que não consegue encarar”. “A ignorância aliada ao poder é o inimigo mais feroz que a justiça pode ter” converteu-se no mote condutor da escrita do romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta, crítico social e gay. Baldwin sofreu abusos, ao longo de seu crescimento, de policiais de Nova York, tornados ficção para responder ou explicar o porquê de tanta rejeição e discriminação ao negro.

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Antonio Carlos Gaio
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