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A DESIGUALDADE NO CAPITALISMO NÃO É UM MERO ACIDENTE DE PERCURSO
O economista francês Thomas Piketty está sendo exaltado por seu livro “O capital no século XXI”, na lista da Amazon e do New York Times. A tese: “A desigualdade não é um acidente, mas uma característica do capitalismo, e os excessos só podem ser alterados por meio de intervenção do Estado. Boa parte da economia é dominada por riquezas herdadas, o que reforça as estruturas oligárquicas da sociedade”. Pobre Primeiro Mundo, grande novidade! Marx e Hegel já tinham observado e dissecado à exaustão o tema da exploração do homem pelo homem. No Brasil, os filhos de Roberto Marinho representam a riqueza herdada em nome de uma oligarquia que comanda a mídia e dita o que informar para a opinião pública. Ou seja, quem tem mais, tende a propagar o que é injusto na distribuição de renda. Se não mais se pode confiscar em nome do comunismo, a solução seria taxar pesado essa minoria poderosa. Mas se eles mandam na economia, quem haverá de enfrentá-los? Contudo, cada vez mais perdem as eleições na América do Sul, justamente por não abrir mão de seus privilégios, conseguindo convencer ao menos aos falsos ricos que almejam reproduzir seu estilo de vida, alimentando-se de seus restos espalhados pelo chão. A verdade é que não existe um sistema socioeconômico justo para desbancar quem está montado. Até que a sociedade se organize e imponha a vontade da maioria aos representantes eleitos pela coletividade, em retaliação a se venderem aos donos do negócio, que é o país regido pelas leis draconianas do mercado, ratificando que a desigualdade é uma contingência do sistema capitalista, e não uma mera fatalidade ou acidente de percurso.
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Antonio
Carlos Gaio
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