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COMO DESCER O TANTO QUE SUBIU?

Gofredo Moreira é um amigo que, como preâmbulo de alpinista em que iria se converter, da janela de sua casa, vislumbrava um circuito sobre muros e platôs dos prédios vizinhos. Até que, um dia, após vencer boa parte do circuito imaginado, percebeu que havia encontrado uma inviabilidade. Quis voltar e descobriu uma verdade no alpinismo: descer montanha abaixo pode ser mais difícil do que escalar. Em suma, não conseguiria voltar nem seguir adiante. Retido nesse impasse. Ou detido nessa prisão? Ou sem encontrar saída nesse labirinto?
Tracei um paralelo com minhas escaladas, abundantes apenas em sonhos, que refletiram na minha juventude exatamente o mesmo problema enfrentado pelo alpinista na vida real: não conseguir voltar sob o risco de despencar lá de cima – do sonho? Ou seja, não dar conta de onde tinha chegado, sem olhar para trás, um instante sequer, no afã de subir cada vez mais sem observar as circunstâncias que punham em risco minha integridade. É quando sobrevém o medo, ao cair em si e se ver no impasse de como descer o tanto que tinha subido. Paralisado de terror e suando em bicas, o melhor a fazer era despertar do pesadelo e retornar ao solo seguro – a cama. Riscos próprios de uma idade de assumir embates desproporcionais e não medir consequências, mas que deixam saudades, pois, à medida que envelhecemos, as lembranças mais claras, diria cristalinas e as que mais impactam, são as pertinentes aos tempos de menino até os idos de 15, 16 anos – as últimas a serem apagadas.
Justamente por conta da pureza d’alma fortemente pulsar, antes de atingir a maioridade, podendo deixar marcas de sua proeminência ao se tornar adulto.

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Antonio Carlos Gaio
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