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RAIOS QUE ME PARTAM!

Esse negócio de agentes da equipe econômica de Lula afirmarem, com todos os efes e erres, ser o Malan merecedor de uma estátua, revela uma falta de cultura geral a respeito dos ícones políticos de 2003. Esqueceram-se da última estátua que veio abaixo – a de Saddam Hussein -, sem contar o fetiche de Bush derrubado em Londres.
Faz com que a gente encha a boca, ao xingar o juiz, e soltar o petardo: “é tudo da mesma laia”. Com quem costumamos juntar num saco sem fundo policiais, advogados, bombeiros, bancos do governo que nos tornam neuróticos em filas que só satisfazem carentes afetivos. Raios que me partam!
Nessa hora, mal nos damos conta que tal indignação escorre da baba hidrófoba de nossas bocas bovinas que a tudo ruminam, engolem e não conseguem digerir a desfaçatez de ser hoje o que abjurou ontem. Ser amanhã o que jurou em vão num passado já remoto. Acordar hoje com o dever cumprido amanhã, na esperança de que a memória de elefante se converta na de formiguinha, que ousava dar lições de moral à cigarra.
Em termos macroeconômicos, é preferível a elite econômica fazer meia, com Malan entrando com o capital intensivo, e o Marcos Lisboa com o trabalho pensante na automatização da produção de meias que agasalham no inverno e são fresquinhas no verão.
Posto que nada mais entendem do que lucrar. O mandamento equivalente ao “Não matarás”. Lucrar renegociando dívidas. Lucrar aumentando impostos. Lucrar com números, percentuais e estatísticas infectas de hipertensão. Lucrar no descumprimento de contratos de trabalho para cobrir rombos fiscais. Lucrar com a rolagem dos juros. Lucrar com a manipulação do dólar para o feliz natal dos exportadores. Lucrar com a privatização. E a economia ir bem e o povo mal, segundo o saudoso Médici, ao confundir torturas com milagre econômico.
Lucrar com o verniz social do engraxate, que lustra tão bem os sapatos do seu patrão que parece massagem.

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Antonio Carlos Gaio
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