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O AMIGO QUE VIRA IRMÃO

Questão que só o Espiritismo pode explicar pela pluralidade das existências através da encarnação e da reencarnação. Dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue. É o chamado amigo para a vida toda, e portanto… um irmão!
Os laços de sangue não estão necessariamente ligados aos laços espirituais. O corpo gera o corpo, porém o Espírito não, por já existir antes da gestação do corpo. Não foram os pais que geraram o Espírito de seu filho. Portanto, os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade, mas sim os de caráter amistoso, da cordialidade, generosidade e afinidade de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e depois da encarnação.
Por vezes, esses amigos, quando jovens, tomam caminhos diferentes em sua trajetória, mas são capazes de voltar a serem amigos 50 anos depois – o amigo inesquecível, que é irmão! Absortos na preocupação com o rumo profissional que dariam às suas vidas, egressos que eram de família de imigrantes, ambos se distanciariam extremamente solitários em suas escolhas, mas convictos. Um, rodado por assumir crescentes responsabilidades empresariais no exterior, enquanto o outro reverteu por completo a expectativa traçada por seus pais para ele. Ainda não tinham transcorridos 40 anos que não se viam, quando o “italiano” Agostino Tacoli, agora residente em São Paulo, vindo a passeio ao Rio de Janeiro, cruzou por três vezes, em ocasiões distintas, com o “português” Antonio Carlos Gaio, na esquina de sua residência, depois numa lanchonete a três quarteirões e, por último, nas imediações da praia de Ipanema. Nem assim tornou a engatar o laço de fraternidade que os unia desde o passado de adolescentes. Precisou a sua geração de colegas do extinto Colégio Mello e Souza, no qual estudaram e se formaram, convocar para todos se reunirem e reverem os velhos tempos e, dessa forma, Agostino e Gaio passarem a limpo em quatro dias seguidos todos esses 50 anos de longa separação. Esses amigos irmãos tornaram a se procurar mais amiúde e a, principalmente, dividir preocupações, sentindo vontade de estar juntos como só ocorria na sala de aula, quadra de esportes, praia e festas.
Também é válido dar a mão, que alcança o espírito do amigo, a quem se afastou por conta de desatinos que arruinaram sua atual existência e hoje está enfrentando sérias dificuldades. Da mesma forma, a quem a sua saúde malcuidada está empurrando para o desencarne a passos largos. Enquanto dois irmãos consanguíneos podem se repelir, como só e acontece todos os dias, saindo até no tapa quando não rompendo o vínculo de sangue, não precisando se chamarem Caim e Abel.
Por outro lado, quantos estiveram ao nosso lado, com a mesma intensidade de irmãos de fato, mas que hoje se transformaram apenas numa vaga lembrança? Não porque morreram e sim porque se foram, sem um motivo aparente. Quando não abusam da boa vontade e do desprendimento para depois virem pedir perdão, arrependidos diante da confiança destroçada. Isso quando o calote não entra em cena, revertendo-os em cara de poucos amigos. A empatia assim quebrada rompe o pacto entre irmãos consanguíneos ou não.
O pacto de, por mais que exista uma divergência, não ser o suficiente para me afastar de você. Acato tudo o que diz com muito respeito. Não há motivo para nos distanciarmos, se nos queremos bem e precisamos um do outro para construir uma vida melhor.

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Antonio Carlos Gaio
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